24.3.10

O POÇO E A CORDA


Madrugada de 15 de janeiro de 06




Deito no sofá e bate um desespero e entro em oração. Entro em estado alterado, sinto-me ir e vir. Vejo a sala as escuras e ao mesmo tempo o penhasco onde por semanas tenho me visto sem poder subir.


Vejo alguém jogar uma corda, mas não a vejo embaixo para segurar-me nela e subir.


E ultimamente este “sonho” tem se repetido, estou só no fundo do penhasco alguém joga a corda, mas eu não a vejo e não consigo pega-la. Só que desta vez não estou sozinha como antes, Kamael está lá.


- A cegueira do corpo físico é uma deficiência imposta pelas leis kármicas, já a cegueira espiritual nada mais é que a recusa do Espírito em ver a verdade.

Enquanto se ter este comportamento, o homem ficará submerso em suas criações mentais, gerando ilusões para si e outros.


Enquanto ele olhar horizontalmente enxergará somente as muralhas de Maya, sem ver a corda estendida para o libertar, bastando olhar para cima.


A corda foi jogada pelo Mestre há dois mil anos, mas preferem passar o camelo pelo buraco que passar vós mesmos e continuam cegos dentro do poço das ilusões.


- Olhe para o alto vê a corda? - Perguntou ele.

- Sim, agora vejo.


- Como foi a sua vontade erguer a cabeça para ver a corda, assim também será a sua vontade de fazer uso dela ou não.


O Mestre deu o primeiro passo, mas o segundo é do homem, e ele que escolhe usar a corda para se enforcar como fez Judas, ou para pescar como fez Pedro alçando a rede.


Em tudo há o lado mau e o lado bom.


Chegar ao fundo do poço faz o homem erguer a cabeça para ver a luz lá em cima e buscar a saída, ou se enterrar mais, mas em ambos os casos a vontade é só dele.


- Vamos! - Disse ele.


- Mas não sou eu que devo escolher? - Perguntei.


- E escolheu, por que achas que estou aqui?


Olhei para Kamael segurando a corda e olhei a luz que vinha lá de cima.


- A luz mais importante é esta que estou vendo. - Disse ele.


- Que luz Kamael, eu não vejo nada?


- A do seu coração, que reflete em seus olhos e toma a sua alma, é a corda que vem de dentro.


(Linyth)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por estar aqui!
Quando adentramos em qualquer lugar cumprimentamos, não saia sem dizer um olá.

Ana Marins

Paz e Bem!