24.1.11

A Morte do Ego






           
            Fui até a janela e parei olhando através da vidraça os arvoredos, eu não sentia preparada para passar aqueles ensinamentos, não sabia nem como começar. Pior era passar de um modo que viesse a Somar e não dividir. E precisava formar além do corpo físico, o corpo espiritual do Movimento Somar, compreendia o peso desse trabalho agora mais do que nunca! 
Voltei ao grande livro à medida que lia sentia quão difícil seria aquela tarefa, a mais difícil trabalhar o Ego com todas as suas máscaras. Sim, quando alguém chega para você e diz, cuidado com o seu Ego, ou isso é o seu Ego, a própria pessoa está falando através do seu próprio Ego. O Ego, ele não é apontado de fora para dentro e por ninguém, nós, apenas nós que devemos apontá-los e trabalhar a sua morte. Jesus disse: “Quem não tem pecado que atire a primeira pedra.” Partindo deste ponto nunca devemos apontar o Ego de ninguém, podemos até sutilmente conduzir a pessoa perceber, mas apontar jamais! Há pessoas que usam esta estratégica para coibir a opinião, o pensamento da outra e isso é um golpe muito baixo. E infelizmente dá certo, a pessoa induzida pela outra se cala, não manifestando o seu ponto de vista. O aprendiz de si mesmo, sabe mais do que ninguém distinguir quando é o Ego que fala por ele sem precisar de ninguém para dizer.  Quando estamos trabalhando em grupo, principalmente um trabalho espiritual e para a luz, é quando ele o Ego, quer mais aparecer para destruir, denegrir, o trabalho. É neste ponto que devemos mais ainda extingui-lo, ou seremos como aquela árvore que não dá frutos. 
– O homem não tem em si apenas um Eu e sim muitos EUS, muitos Egos. A observação de sim mesmo, escutar os diferentes EUS que falam na cabeça, até um por um silenciar pela morte.
 É preciso estar aberto às mudanças, se libertar de tudo que aprendeu para recomeçar.  Saiba que é necessário acelerar o processo, porque o tempo marca urgência! É preciso que fiquem “cegos” para o mundo exterior enquanto estão no caminho, assim como Paulo de Tarso ficou no caminho de Damasco. É nessa escuridão, neste silêncio que irão renascer para o homem espiritual, não é possível despertar se não morrer dentro de si mesmo. –  Ele parou e subitamente perguntou. – Conhece a si mesmo?
– Sim.                                                                                                                                                 
– Tem vozes a falar aí dentro?
– Ainda tem.
– Calai todas! É preciso a luz iluminar o lado escuro para que entres e mate todas. 

(Trecho retirado do nosso livro Contato Ancorando A Luz)